terça-feira, 28 de agosto de 2007

DECLARAÇÃO - Diego GF


Após amassar a décima folha, não reescreveu frase alguma: pegou o telefone, venceu a timidez e disse que a amava.

BOEMIA III - Ana Michel


Na embriaguez da noite, esvaíam-se dissabores.
Aquele perfume exótico era toda a prova da opção que fizera.

SAUDADE - Celso Porto


Na manhã silente de sol, olhava pela janela o infinito.
Mais uma vez acendia a chama da lembrança por quem se foi.
O trem passou. A vela apagou.

SENTIDO - Diego GF


Planejou e adiou finalmente começar sua vida por 30 anos, até que adotou Jéssica.

Nasceram.

BOEMIA II - Ana Michel


Retorna eufórico. Por horas de boemia esquecera a balbúrdia do lar.
O álcool impediu que notasse, ao transpor a porta, o silêncio total.

CRIOGENIA - Celso Porto


Queria viver mais e mais.
Ao acordar, mais de um século depois, percebeu que a realidade ao seu redor, não se identificava com seu passado.
Horas depois. . .o suicídio.

DE REPENTE - Diego GF


O menino de 4 anos não entendeu, quando passou a morar na casa dos tios e nunca mais viu os pais...

BOEMIA I - Ana Michel


Ainda tamborilando o pandeiro, percorria a rua deserta, mesclando o eco do bar com a certeza de refazer as pazes com a companheira.
Sala na penumbra.
Sobre o sofá... Contas a pagar e seu cobertor favorito.

TÉDIO - Celso Porto


Mais uma vez levantou-se.
Se nada tinha a dizer, também não queria ouvir.
Foi-se.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

sem título - Milton Souza


Guardei o último beijo junto com a primeira lágrima.

Mais tarde, misturei com a recordação e transformei tudo num punhado de saudade.

Dica de Leitura


Contos de Bolso

Autor: vários autores

Editora: Casa Verde
R$ 18,00

Dica de leitura


Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século

Organizador: Marcelino Freire

Editora: Atelie Editorial

R$ 30,00

Está no blog do Carlos Seabra


Sobre as micronarrativas:

"Alguns autores conceituam e estipulam limites precisos, nascendo assim algumas classificações: nanocontos (até 50 letras, sem contar espaços e acentos), microcontos (até 150 toques, ou seja, contando letras, espaços e pontuação) e minicontos (alguns estipulando 300 palavras, outros limite de 600 caracteres). Nada disso é muito rigoroso e depende de critérios editoriais de quem os adotou."

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Pequeno cavaleiro - Jeane Bordignon


Pedro monta no seu cavalinho imaginário e ouve até o som dos cascos. Mas esse cavalo não corcoveia nem nunca vai lhe derrubar.

Missão - Jeane Bordignon


Apareceu de repente. E mudou a minha vida.
Também de repente, foi embora. Mas deixou muita coisa comigo.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Um comentário geral

Nosso exercício serviu para vencer uma primeira etapa, criar um microconto, inventar, colocar uma idéia no papel. O desafio agora é corrigir, melhorar e escrever mais.
Algumas dicas:
1) O tema proposto foi traição, como o título não entra na contagem, pode ser melhor explorado.
2) Atenção para os príncipios básicos da narratividade: ação, personagens, sucessão, integração, intensidade, tensão.
Vamos manter o blog atualizado, mandem seus microcontos para: anaelyod@yahoo.com.br
Abraço da Ana Mello.

sábado, 18 de agosto de 2007

Sem rancor - Sônia Zanchetta


Abriu o sorriso e lhe jogou um beijo.

Logo depois, lembrou-se que ela havia dormido com seu marido.


Traição - Elisabete Von Borowski


Trair ou não, eis a questão.

Quem não vivenciou atire a primeira pedra.


Traição - Maria Conceição Portal da Silva


Minha mãe prometeu ficar comigo.

Morreu.

Traição- Sandra Ramos


Dei de cara com eles.

Traição - Sandra Ramos


Fiz chapinha e fui para a festa.

Choveu.


Traição - Cléris Gussi Vargas


Quando chegou em casa, bateu na frente e correu para a porta dos fundos.


Traição - Cléris Gussi Vargas


E eu que pensava que era minha melhor amiga.

Traição - Ana Michel


Apresentou seu amado à amiga.

Quatro meses após foi madrinha do casamento deles.


Traição - Jane Brasil


Quando voltou a luz, ela percebeu: não era ele.


Traição - Gesilda Losekann


Quando ela saiu a porta fechou-se.


sexta-feira, 17 de agosto de 2007